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terça-feira, 15 de novembro de 2011

HISTÓRIAS - LIÇÃO DE VIDA - 2

          A Manta


          Vamos narrar aqui um fato que ocorreu, no seio de uma família; a qual, era composta por quatro pessoas. O casal, um homem e uma mulher.  O filho deste casal, um garoto de aproximadamente uns 12 anos.  E um senhor de idade, o avó paterno do garoto.

          Pois bem, viviam todos na mesma casa.  A mulher não conseguia conviver bem com o sogro; e quase sempre criava problemas com o sogro e por tabela, com o esposo; pois este não concordava com o tratamento dispensado pela esposa, para com seu pai.

          O senhor idoso, vivia triste pois sabia que era "um peso morto" para aquela família. Não era amado pela nora. O filho se esforçava para conviver bem com ele, o pai.  Mas, esbarrava na mau vontade de sua esposa, para com o seu pai.  O filho do casal, neto do idoso, a tudo assistia; calado, sem nada dizer ou interferir.

          Passaram-se os anos, sem que nada mudasse no relacionamento familiar.  A nora implicando com o sogro.  O neto sem interferir.  E o filho dominado pela esposa.  Até que um dia, a nora resolveu dar um basta naquela situação.

          Ao anoitecer, assim que o esposo chegou em casa, voltando do trabalho; a esposa lhe falou: "Querido após o jantar quero falar com você sobre uma decisão que pretendo tomar". A que o esposo, concordou em ter esta conversa, embora, sem ele saber do que se tratava.

          Após o jantar, a esposa informou ao esposo de que, no dia seguinte ao amanhecer ele teria que instalar seu pai, em outro lugar; em um abrigo, em um asilo, em uma casa de repouso; em qualquer lugar; exceto, naquela casa.  Ali ele não ficaria mais.

         O esposo ponderou, pediu a esposa que relevasse, algum problema por ventura, provocado pelo pai.  O pai era idoso.  Sempre viveram juntos e agora, não poderia abandoná-lo.  Porém, todo argumento foi sem êxito.  Estava decidido.  No dia seguinte  o bom velhinho, teria que partír.

          O que ocorria no ambiente daquela casa; era uma grande antipatia que a nora, nutria pelo sogro. Mas, em momento algum, ela, a nora procurou se superar.  Muito pelo contrário, alimentava cada dia mais, uma antipatia pelo sogro, até chegar a exaustão, cuminando com a decisão final, em colocar o sogro para fora de casa, sem respeitar o sogro, o esposo e o filho, neto do sogro.

          O filho passou a noite em claro, pensando em uma saída, em uma solução. Pensou que talvez, ao amanhecer a esposa mudasse de ideia e tudo voltaria ao normal.

          O dia amanheceu.  O casal acordou.  O esposo triste, procurou a esposa e solicitou a ela, mais uma oportunidade para a convivência com o seu pai, naquela casa. Eles juntos, era uma família.  Ele amava seu pai e não gostaria de ter que tomar aquela atitude violenta.  Ao que a esposa aos gritos lhe respondeu; pois bem, agora é ou eu, ou ele.  Fique com seu pai que eu vou embora.   Cabisbaixo, o esposo retirou-se do ambiente e solicitou ao filho que preparasse a mala do seu avó; pois, ele iria fazer uma viagem. E que fosse colocado na mala, todas as roupas do avó; inclusive uma certa manta que pertencia ao pai do garoto e este, gostava muito.  Seria colocada na mala do avô, para protegê-lo do frio.

          O neto foi organizar a mala do avó.  Em seguida foi servido o café da manhã aos quatro membros da família.  Pairava um silêncio na sala de jantar. A tristeza dominava o ambiente.  Encerrado o café da manhã; o esposo informou ao pai de que, eles iriam fazer uma viagem; ao que o pai perguntou:  Para onde meu filho? E o filho ficou em silêncio, sem nada responder.

         No terraço, o pai perguntou ao garoto:  Filho, colocou todas as roupas do seu avó na mala, inclusive a manta?  E o garoto respondeu:  Pai coloquei todas as roupas do vovô na mala.  Quanto a manta, rasguei-a e coloquei apenas a metade da manta. E guardei a outra metade.
        
          E o pai sem nada entender perguntou: Mas porque você dividiu a manta ao meio, filho?
          E o filho respondeu: Papai, durante todo este tempo eu assisti o que se passava entre a mamãe e o vovó calado, sem interferir. Vovô é um homem bom, contudo, vocês estão expulsando o vovô de nossa casa. Eu não sei o que vai acontecer quando eu casar.  Será que minha esposa vai gostar do senhor; ou será que ela vai perseguir o senhor?  E se ela pedir para que eu coloque o senhor para fora de casa? Neste caso, eu vou guardar metade da manta;  para o senhor se agasalhar na rua. Eis a razão, pela qual eu dividi a manta ao  meio.

          O pai do garoto parou,  pensou e mandou o garoto desfazer a mala; ao mesmo tempo em que disse para sua esposa.  Querida, antes dele ser meu pai, ele é um ser humano.  Merece o nosso respeito e cuidados.  Não posso fazer isto com meu próprio pai.  Ele é minha referência.  Somos uma família, temos que viver em paz de forma solidária, fraterna. 

          E todos permaneceram na mesma casa, buscando uma convivência feliz, superando as diferenças.

          Autor desconhecido - Adaptação de E.Valentin.

          Comentários:  Precisamos uns dos outros. Devemos respeitar as diferenças alheias.  Devemos aceitar as pessoas como elas são.  Ninguém muda ninguém.  Ninguém é santo; portanto, ninguém é perfeito; todos nós temos defeitos, temos problemas.  Devemos ser pacientes, tolerantes uns com os outros. Devemos ser caridosos, fraternos, solidários.  Não exigir dos outros, aquilo que nós mesmo não temos condições de dar.  Quando não for possível amar; que possamos respeitar, sem constrangimentos para as pessoas.

          O pai recuou no seu intento, a partír do momento em que o filho, disse que possivelmente, faria o mesmo com ele.  O colocaria para fora de casa, futuramente; portanto, já havia guardado metade da manta para o pai. E o pai do garoto pensou, talvez por intuição, no proverbio popular:  "Quem com ferro fere, com ferro será ferido".  Bem como, na Lei Divina.  A lei de que, para cada ação, corresponde uma reação.
           A ação, seria colocar o pai para fora de casa e a reação, seria no futuro, ser posto para fora de casa, pelo seu próprio filho, neto do seu pai.

          Que possamos ser mais pacientes com nossos idosos.  Que possamos aproveitar no dia a dia, suas experiências.  Seus conselhos, suas sugestões.  Que possamos valorizá-los. Que possamos todos os dias, dizer para eles o quanto os amamos.  O quanto eles são importantes nas nossas vidas.  Que possamos agradecer a eles, tudo que fizeram por nós.  Que possamos reservar alguns minutos, horas, todos os dias, para uma conversa franca, amigável, com nossos pais e avós.  Que possamos perguntar para eles, se eles são felizes e ou se lhes falta algo em suas vidas.  Se ainda existe algo que eles gostariam de realizar. Um sonho, um projeto,...
 
          Que possamos amar profundamente, nossos idosos.

           Muita Paz!

           Comentários de E. Valentin.

edivaldovalentin59@hotmail.com
   
    

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