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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ESCUTA - ME, DEUS!



       Escuta-me, Deus!  Jamais falei contigo...  Hoje quero saudar-Te:

       Como vais?

       Tu sabes... Disseram-me que não existias...

       E eu tolo, acreditei que era verdade...

       Eu nunca havia olhado Tua grande obra...

       Eu, ontem à noite, da cratera aberta por uma granada, vi Teu Céu estrelado e compreendi que havia sido enganado...

       Eu não sei se Tu, Deus, apertarás a minha mão, mas vou explicar-Te, e me compreenderás.

       É bem curioso: Neste horrivel inferno, encontrei a luz para olhar Tua face...

       Depois disto, não tenho muito a dizer-te, a não ser que me alegro de Te haver conhecido.

       Depois da meia-noite haverá ofensiva, mas não a temo, pois sei que Tu vigias.

       O sinal!  Bem, meu Deus, já tenho de ir-me...

       Apeguei-me a Ti... Queria dizer-te, ainda, que, como sabes, haverá luta cruenta, e talvez esta noite baterei à Tua porta...

        Embora não tívessemos sido amigos, sei que permitirás que eu entre, se a Ti chegar.

        Mas... Estou chorando...  Bem vês, meu Deus, que já não sou tão ímpio...

        Bom Deus!  Preciso ir-me...  Boa sorte!

        É estranho...  Mas agora já não temo a morte!


"Prece encontrada no bolso de um soldado americano, morto em combate.  Tradução de Niel Casses. Extraída da revista Boa Vontade nº 26, de Agosto de 1.958". Esta prece, está contida na Obra "Ao Coração de Deus" - Coletânea Ecumênica de Orações - Paiva Neto - Página 153/155.

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